A Amazônia raramente não está nos holofotes quando são discutidas questões sobre desenvolvimento sociombiental. Há razões óbvias para tal: em artigo recente do Economist foi exposto de forma categórica o papel crucial da Amazônia ao planeta – “Se as florestas tropicais fossem o sistema respiratório da Terra, a Amazônia seria um pulmão cheio… A sua vegetação absorve 1,5 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, o equivalente a 4% das emissões de combustíveis fósseis”.
Dado tal contexto – e do fato que o Brasil é o lar de 60% da Amazônia – nos últimos anos tem havido um enfoque intenso nas elaborações de políticas públicas, uma vez que as taxas de desmatamento estão a aumentar. Na conferência do Clima em Glasgow (COP26), o Brasil comprometeu-se a reduzir em 50% as suas emissões de gases com efeito de estufa até 2030 – no âmbito da qual a Amazônia desempenha um papel extremamente importante. Como parte desse plano, o objetivo do governo é eliminar o desmatamento ilegal até 2028.
Embora o governo federal desempenhe um papel nestes esforços, os governos subnacionais têm um papel igualmente significativo a desempenhar. O Pará é o segundo maior estado do Brasil, no meio da região amazônica, com uma população de 8,7 milhões de pessoas. O governador do Pará, Helder Barbalho, esteve recentemente na reunião do Fórum Económico Mundial em Davos, onde falou sobre o Plano Estadual Amazônia Agora, e as metas de eliminar o desmatamento líquido até 2036 e restaurar 3 milhões de hectares de florestas até 2030 a contribuir para o combate às alterações climáticas.
Para realizar esses objetivos, o Pará está comprometido com o desenvolvimento de novas políticas e parcerias para escalar cadeias produtivas sem desmatamento, endereçar a restauração de áreas degradadas, e desenvolver novas cadeias de valor da bioeconomia e programas de carbono florestal. O setor privado desempenha um papel fundamental nestes esforços, e para apresentar oportunidades no Pará para este grupo de interessados, o Tropical Forest Alliance e a MN Socioflorestal, em consulta com atores-chave do governo estadual, lançou uma nova publicação chamada Amazônia Agora: Oportunidades do Setor Privado para uma Economia de Baixo Carbono no Pará – Brasil.
O estudo mapeia como o setor privado pode contribuir para os pilares do Amazônia Agora, demonstrando as oportunidades de engajamento aos desafios e soluções do estado na produção de commodities, cadeias de bioeconomia, e carbono florestal. Estas oportunidades baseiam-se em modelos de desenvolvimento que conciliam a conservação da floresta com a geração de rendimentos para as comunidades locais. “Estamos encorajando práticas sustentáveis e desenvolvendo incentivos à ação do setor privado, para que possamos construir soluções à sociedade que possam ser replicadas”, disse o Governador Barbalho.
Em outra sessão sobre a Bacia Amazónica em Davos, também se discutiu como os mercados de carbono podem também contribuir para parar a desmatamento com o preço certo e incentivos. “Se quisermos mudar o conceito de uso da terra, precisamos de compensar os serviços ambientais”, disse o Governador Barbalho na discussão. “Precisamos de um novo modelo para convencer as pessoas da importância e do valor das florestas em pé”. Atualmente, um hectare para as culturas é mais valioso em comparação com um hectare de floresta em pé, e acredito que o mercado de crédito de carbono é um novo modelo que permitirá a reconciliação do crescimento económico para as pessoas e a preservação ambiental”.
Explore as oportunidades para o setor privado apoiar o Pará a reduzir as emissões e o desmatamento e restaurar as florestas acessando a publicação aqui. Junte-se a uma rede de mais de 1.200 apoiadores das abordagens jurisdicionais para alcançar um futuro florestal positivo à escala, se inscrevendo aqui e acesse informações e as lições aprendidas através de webinars, boletins informativos, e recursos no JA Resource Hub.